Se você ainda não conhece o Parque Nacional da Serra da Canastra, pare tudo o que estiver fazendo e imagine um lugar onde o “natural” não é só paisagem – é vida pulsando em cada nascente, em cada plano altitudinal, em cada queda d’água que parece surgir de um conto antigo. Esse lugar existe, bem aqui em Minas Gerais, e é puro encanto.
Criado em 1972 para proteger as nascentes do rio São Francisco, o parque se estende por uma área que beira os 198.000 hectares, embora ainda haja parte considerável aguardando regularização. Nele existem serras que se debruçam sobre vales, paredões esculpidos pelo tempo, escarpas, chapadões — com altitudes que variam entre cerca de 900 e quase 1.500 metros nos pontos mais altos. Chegar lá é um convite à aventura: uma das portarias está relativamente próxima a Sacramento (~65 km via estrada de terra) , outras próximas de São Roque de Minas permitem acesso à parte alta do parque, com trilhas, mirantes, cachoeiras de grandes alturas — uma delas impressionante: a Cachoeira Casca D’Anta, com seus ~186 metros, a primeira grande queda do rio São Francisco. Mas o que realmente fascina aqui é que o Parque Nacional da Serra da Canastra não é só para olhar. É para sentir: caminhar por trilhas no cerrado rupestre, ver o sol nascer sobre chapadões, ouvir o canto de aves raras como o pato-mergulhão, entre o tamanduá-bandeira e o lobo-guará, respirar o cheiro de mato, terra molhada, flores silvestres. É para tomar banho em cachoeiras cristalinas, contemplar paredões de pedra que parecem esculturas imemoriais, explorar as margens do rio São Francisco enquanto ele nasce, pequeno, frágil… para se transformar.