Em Sacramento, Minas Gerais, há um universo vibrante de vida alada esperando por quem sabe olhar — fazer observação de pássaros aqui é mergulhar numa experiência que mistura silêncio, canto, cores e descoberta. A avifauna local é rica, tanto na zona urbana quanto nas áreas naturais que margeiam a Serra da Canastra, e cada visita revela novas espécies, novos sons, novas histórias.
Logo ao amanhecer, quando o sol ainda amena, os primeiros cantos invadem o ar: sanhaços, bem-te-vis, tucanos, papa-moscas-do-cerrado, águias-cinzentas. Alguns já instigam curiosidade: espécies raras como o pato-mergulhão, o galito, o andarilho-dourado — aves ameaçadas ou com distribuição limitada que encontram nos campos nativos do Cerrado um refúgio essencial. Você pode começar olhando pela janela da sua casa ou do local onde estiver hospedado — muitos registros urbanos somam 152 espécies de aves dentro da área da cidade de Sacramento, com habitates diversos, alimentação variada, cantos característicos, atividades de reprodução registradas. Há inclusive guias de campo que ajudam a identificar cada ave, ouvir seus cantos via QR-codes, aprender seus habitats. Mas se for para fora da cidade, o cenário fica ainda mais impressionante: trilhas na borda da Serra da Canastra, matas, chapadões, beiras de águas e veredas — locais onde a diversidade explode. O guia local Alessandro Abdala, natural de Sacramento, coleciona histórias e registros para quem se aventura com olhar atento. Não é preciso equipamento sofisticado para começar: um bom binóculo, paciência, sensibilidade aos sons da natureza e vontade de mergulhar no verde. Depois, se quiser, uma câmera para eternizar momentos — ou apenas uma caderneta para desenhar, anotar, comparar cantos. Cada saída pode ser uma descoberta singular.